sábado, 9 de julho de 2011

zaluzejos:  Muitas situações já não a atingem. Ou talvez, todas fazem isso. Apenas se acostumar virou uma questão de conforto. Tantas vozes já passaram sem serem ouvidas, tantos toques já chegaram sem serem percebidos. Ela fala demais que não suporta o peso do tempo, que não suporta virar gente grande, que não suporta os outros e nem ela mesma. E quando não diz isso, se cala. Mas ela nunca exerga o infinito de passados que sumiram de seus dias, a quantidade de sofrimento que evaporou à medida que o planeta girava. Ela já conheceu pessoas que tinham vontade de chegar ao seu ouvido e ditar baixinho: tu és forte. Mas ninguém disse, ninguém nunca superiorizou-se sobre a confiança que ela tinha na própria fragilidade. Tudo o que era duro, castigante e severo passou por seus ombros. Ela sempre pensa que o tudo é tudo mesmo, no entanto sempre existe mais por trás do tudo. E ela sobrevive. E ela dorme, acorda. E ela olha-se no espelho, está com boca, olhos e nariz nos devidos lugares. E ela ainda se põe de pé, caminha, cansada, cabeça baixa, mas segue em frente. Entrei na vida dela e disse, atrasada, do jeito que falo agora para ti também: tu és forte. Era só questão de ouvir, entender. Então ela sorriu e respirou outra vez. A vida entra quando o lar fica outra vez bonito. A vida entra quando a gente esquece a janela aberta. A vida entra quando a gente deixa entrar. (Zaluzejos)

Muitas situações já não a atingem. Ou talvez, todas fazem isso. Apenas se acostumar virou uma questão de conforto. Tantas vozes já passaram sem serem ouvidas, tantos toques já chegaram sem serem percebidos. Ela fala demais que não suporta o peso do tempo, que não suporta virar gente grande, que não suporta os outros e nem ela mesma. E quando não diz isso, se cala. Mas ela nunca exerga o infinito de passados que sumiram de seus dias, a quantidade de sofrimento que evaporou à medida que o planeta girava. Ela já conheceu pessoas que tinham vontade de chegar ao seu ouvido e ditar baixinho: tu és forte. Mas ninguém disse, ninguém nunca superiorizou-se sobre a confiança que ela tinha na própria fragilidade. Tudo o que era duro, castigante e severo passou por seus ombros. Ela sempre pensa que o tudo é tudo mesmo, no entanto sempre existe mais por trás do tudo. E ela sobrevive. E ela dorme, acorda. E ela olha-se no espelho, está com boca, olhos e nariz nos devidos lugares. E ela ainda se põe de pé, caminha, cansada, cabeça baixa, mas segue em frente. Entrei na vida dela e disse, atrasada, do jeito que falo agora para ti também: tu és forte. Era só questão de ouvir, entender. Então ela sorriu e respirou outra vez. A vida entra quando o lar fica outra vez bonito. A vida entra quando a gente esquece a janela aberta. A vida entra quando a gente deixa entrar

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